terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O HUMANO NÃO É CIÊNCIA EXATA




Conversávamos no chuveiro
Promessas de infidelidades fiéis
Noturnos
Ali
Sentados
Drogados
Chapados
No chão
Tudo diversão
Ela molhada
Arrazoava
Víamos como somos
Aceitávamos
Falávamos
Beijávamos
Batizávamos
Imaginávamos
Comendo outras
Vice e versa
Amores devassos
Paixões suadas
Éramos a goiabada e o queijo
Únicos permitindo plurais
Relações sexuais
Ela
Minha musa
Eu
Muito prazer
Gargalhávamos
Amávamos
Desejávamos
Assim
Primitivos
Mutantes
Individuais
Infinitos
Ajuizávamos filantrópicos
Éramos
Lascivos
Intensos
Essenciais
Luminosos
Mundanos
Profanos
Apaixonamos
Sem fim...
O fundo amor
Perfeitos um pro outro
Sim
Casamos nos enxergando verdadeiros
Delirantes bel-prazeres
Em fim
O tempo passa
Pobre de nós
Acreditamos
Inocentes
Palavras perdidas no etéreo
Versos o vento leva
Frases
Meu amor, eu te adoro.
Você é o grande amor da minha vida
!!!Mentira!!!
O eterno grande amor mentira
Chico é o cara
HOJE
Brigamos por nem sei
Eu sei
Sei bem
A vida é um vai-e-vem
Juramentos não existem
Na verdade mentimos
Demandamos aleivosia
Não as sinceras de Cazuza
Mentiras macabras
Medonhas
Não regamos
Podamos
Queremos tosar o outro
Não ria pra ela
Não toque nela
Não olhe pra ela
Não fale com ela
Negação
Relacionamentos baseados em moralismos gaiatos
Não queremos a felicidade do outro
Nem a nossa
Achamo-nos donos do livre arbítrio
Alheio
Não!
Sou diverso
Sinto-me iluminado
Consigo ser diferente
Persisto encontrar felicidade
Onde fica o livre-arbítrio
Liberdade de ser e de estar
Amar é aceitar o outro como é
É ver
Vejo
Minha mulher dançando
Flertando
Gargalhando
Com outros
São os jogos do amor
A vida
Penso contemplando a companheira
Amo-a do jeito que nem sei quem ela é
Não a quero exata
Não me quero exato
Jamais

Mais
Um somado a um...
...Nunca foi igual a dois
O humano não é ciência exata

Pablo Treuffar

DEPENDENTE QUÍMICO DE BUCETAS




Não é fácil falar com mulheres
Sensibilidades...
... Complexas e obtusas
Mentes
Não quero muito
Contento única mulher por estação
Destrinchá-la ao bel prazer
No máximo
Duas
Simultaneamente
Mulheres competindo transam melhor
Uns são viciados em cocaína
Outros em bebidas
Outros ainda em jogos
Eu...
... Sou compulsivo por mulheres
Doloroso deixar de foder algumas
Sou dependente químico de bucetas
Observo
Humanos inabilitados em transpor o alvéolo moral
Farsas
Lhufas sexuais
Encarcerados em si
Sou pessimista
Acredito no ser humano traindo com a melhor amiga
Com a vizinha
Com a prima
Com a porra toda
Acredito na maldade humana
Acredito em foder a outra
Fazer o mal
Ser filho da puta por frustrações reprimidas
Não acredito ao contrário
No máximo sendo bem enganados
Consideram-me um comedor
Porra nenhuma!
Trepo com o encéfalo
Migalhas masturbatórias


Pablo Treuffar

LEBLONETES




Sempre morei em Ipanema
Hoje
Moda é Leblon
Novelas cantam em verso e prosa o bairro burguês
Odeio novela!
Odeio a Igreja Rede Bobo de Televisão
Denominada assim pelo escritor...
... Edson Bueno de Camargo
Concordo com ele
Mais que o quarto poder
A Rede Bobo é uma Igreja
Religião
Rede Bobo é religião!
Niños de una perra
Manipolatori
Tous les mauvais caractères
Li no I Ching:
“O ódio nos mantém ligados ao objeto odiado”
Tá bom
Não odeio novela
Não odeio a Rede Bobo
Só não sou deseducado por ela
Não vejo
Sou indiferente
No passado...
Elisa Lucinda numa novela
Elisa Lucinda é uma poetisa que adoro
Poeta
Elisa Lucinda é Poeta!
É muito doloroso ver uma poeta fazendo novela
Novela é o aborto da poesia
Um estupro à dramaturgia
É
Manél Caôs é o catso
Quero que Manél Caôs vá pra puta que o pariu
Junto com ele
Leblon e Leblonetes
Prefiro Ipanema
Remete-me...
Vinicius de Morais
Tom Jobim
Leila Diniz
Bossa nova
Não preciso falar
Ipanema tem história
O Leblon...
O Leblon não me diz nada
Leblonetes gostosas passeando com seus Brussels Griffons de laços de fita não me falam ao pau
Pergunte ao pó
Filhas de Manél Caôs
Nunca chuparão meu caralho!

Pablo Treuffar

PORQUE HOJE É SEGUNDA-FEIRA




Jardim Botânico
Lagoa Rodrigo de Freitas
Manhã de céu azul
Segunda
Dirijo fumando...
... Baseado...
... Nas Bundas...
... Maravilhosamente Cariocas
Cheiro de Bucetas matinais
Buças vira-latas
Não bocetas Lusitanas
Rachas pedalantes
Odores suados e sacanas
Rabos empinados nas bicicletas piscantes
Envolvendo deliciosas vias
Ciclovias
Um tapa no green
Delírios verdinhos tomam conta de mim
Rabeiras insanas correm pintadas no verde sombreado das árvores
Refletem nas águas de Freitas
Gaivotas e garças
O Cristo de braços abertos
Mulheres...
... De pernas...
Pedalam tecidos colados
Cidade Maravilhosa
Redundantes ancas redondas
Cair em tentação
Dai-me todo mal
Amém
Rio de Janeiro
Lascividade cativante
Quero todos os cus tesudos das fêmeas
Seios batem palmas
Servidos decotes
O relógio marca
Trinta e dois graus
Oito horas e cinquenta e sete minutos
Rajada de vento
O sol brilha bocejando preguiça
Tudo que eu gosto
Dou outro tapa no verdinho
Ilegal
Imoral
Não engorda!
Poetizo leve calmaria
“Rosa Rubra...
Radiante Ruptura...
Rebolado Ressonante...
Raridade Regional...”
Sigo pelo túnel Rebouças
Rebuças
Dirigindo e fumando
Estou...
... No Rio...
... Comprido
Poluição
Saudades da Lagoa
...
Chego à Comunidade da Mangueira
Trabalho
Abrindo e fechando processos
Sentado à minha mesa
Sei que nada será como a praia
Pensamentos vagueiam
Uma loira
Outra morena
Aparecem na porta
Abertas
Dois sorrisos
Rostos colados
Douradas
Sinto arrepios
Vontade
A morena...
... É o ouro da Bahia
A loira...
... Faz praia em Niterói
Elas são
Refinadas consortes
Rimas risonhas
Do jeito
Renascentistas
Eu quero
Destrinchá-las...
... Sem fim
Porque hoje é segunda-feira

Pablo Treuffar

FICANDO MALUCO




Vejo mulheres me vendo
Uma mais gostosa que outra
Muita mulher
Me dão mole no supermercado
Andando de bicicleta
No ônibus
No carro
Nas noitadas
Na praia
Mole
Tô dispensando mulher
Não tenho tempo pra comer todas
Elas ficam competindo
Insanas
Preciso dar um tempo dessas cadelas
Fico fodendo essas malucas
Vou ficando igual a elas
Tô querendo ficar na minha
Conseguir ficar tranquilo
Com tanta mulher dando mole
É foda!
Não tenho culpa das doidas estarem dando como loucas
Elas querem dar
É delas
Pra mim
Tá bom
Eu passo a pica
Piranhas desequilibradas
Elas chegam
Não faço esforço
Sou moeda de troca
Pra elas
Numa boa
Sou mais um
Assim funciona
Sem envolvimento
Adoro essa inversão de valores
Lido bem com isso
Só preciso entrar com a pica dura
Faço a minha parte
Não tenho decepcionado esse tipo de mulher
Quando tenho escolha
Prefiro as comprometidas
Foder a mulher dos outros é melhor
Não ligam no dia seguinte
Fodem com culpa
Eu adoro
Essas putas entram no meu carro
Vão logo mamando
Aí, eu sento a mão.
Elas adoram
Confesso
Fico impressionado
Elas aceitam tudo isso
Tem umas
Dizem gozar
Tento acreditar
Vai que é verdade
Tenho de parar de foder essas piranhas
Tô ficando maluco

Pablo Treuffar

HOJE VAI SER DIFERENTE




Taxista mau-caráter
Fechou-me outra vez
Todo dia é isso
Um filho da puta taxista fecha-me a magrela
Tenho ombro fodido
Porta aberta de um
Raça de palhaços
Ele abriu a porta
Protegi com a mão
O ombro...
Pleck...
Beijei o chão
Não posso andar de bicicleta
Meu ombro estala
A magrela foi pro caralho
Outro dia estava de carro
Calmo
Indo pro trabalho
Um taxista parou na minha frente
Rua Gomes Carneiro
Rua onde passa um carro
O idiota ao invés de parar no recuo
Não
Pisou no freio
Parou!
No meio da rua
Ligou o pisca–alerta
E foda-se
Pisca-alerta de taxista é foda-se
Eles ligam o foda-se
Pronto
Param em qualquer lugar
Ainda enfio a Pica-alerta no cu de um
Eles ligam o foda-se
Eu
Pica-alerta no cu deles!
Imaginam-se os donos das ruas
Quando eu quebrar o pescoço deles
Vai estalar
Vai sim
Igual meu ombro
Vão ouvir
Hoje vai ser diferente
Vou matar um taxista

Pablo Treuffar

PRA CASAR TEM QUE DAR




Mulheres de trinta anos
Ou mais
Malhadas
Gostosas
Bem-nascidas
Independentes
Pós-graduadas
Carentes
...
Querem casar
...
Pra casar tem que dar
Elas dão
Querendo
Ou não
Ou então...
Outras darão!
...
Não repito mulher que eu não como no primeiro encontro
Como eu
Eee...
Vários outros
Não repetimos
Simples assim
Eu
No caso
Não caso
É...
Como as querendo casar-me
Várias...
De novo
...
Pra casar tem que dar
Entro com a pica
Vida dura a delas

Pablo Treuffar

ENCONTROU JESUS É O CARALHO




Evangélicos aterrorizam
Não eximo a Igreja Católica
Pelo contrário
Mãe de toda desgraça
Todavia
Contudo
Entretanto
Evangélicos
Fiéis
Silgas Malfalares da vida
Esses
Com tetos de vidros
Templos desabantes
É!
A casa caiu
Ruiu
O telhado
Ploft
Em outros tempos
Chutavam Santas
Brããbouos e whatevers
Em seus iates
Helicópteros
Jatinhos cheios de putas
Vivem rindo fiéis
Depositantes de dízimos
Rasgando dinheiro
O próprio dinheiro
Favelados pagam não tendo
Para serem perdoados
Perdoados do quê
Se ganha muito dinheiro em nome da fé
Jesus me ama
Jesus me ama é o caralho!
Não venham com papo de Jesus
Não preciso de intermediários, interpretando em causa própria.
Tiro na testa dos Silgas Malfalares
Pastores
Pastores de cu é rola
Coitado de Jesus, o verdadeiro!
Livre arbítrio
Eu acredito em livre arbítrio
O Jesus usado pelas Igrejas para fins contrários a tudo que o próprio pregou
Esse Jesus eu quero que se foda
...Eee...
Os sociopatas
Usam Jesus para dissimular sua essência
Pagam dízimos
Pronto
Agora são melhores do que eu
Escondendo-se no falso sublimar
É mole
Eu mato
Estupro
Roubo
Pago o dízimo

Silgas Malfalares diz eu ter encontrado Jesus
É
Seus problemas acabaram
Mate hoje
Encontre Jesus amanhã!
Tudo certo
Tá de sacanagem!
Canalhas a um piscar de cu pra sucumbirem
Convencer-me...
Nunca!
Preferia mil vezes quando a professora da academia assumia-se vadia
Tinha dois namorados
Chupava meu pau
Ela era feliz
Agora encontrou Jesus
Vive lendo a bíblia
Pregando
Cabisbaixa
Isso resolve tudo
Hahaha...
E o meu vizinho
Tinha um esquema de roubo de carros
Todo mundo sabia
Falava com geral
Vivia rindo
Sempre com lindas mulheres
Também encontrou Jesus
Vive na Praça General Osório
Pregando
Sozinho
Tenho medo desses sociopatas regenerados
Eram mais honestos antes de encontrar Jesus
Não se negavam
Por isso digo e repito
Encontrou Jesus é o caralho!

Pablo Treuffar

DOIS TIROS NA FAVELA




Hoje
Leio o jornal
Ontem mataram um garoto no Morro Azul
Onde estou lendo, ontem estava no segundo papelote.
Estava eu aqui
Depois de bater várias carreiras
Botei napa adentro
Adoro a Falete
Tarja amarela
É o que há
50 paus
Tem sempre um moto-táxi pra entregar
Acabei de foder
Digito compulsivamente entre um teco e outro
A imagem da minha letra recolhe em si negativamente o conteúdo do texto
Benditos Blocos de Nota, Word e WordPad.
Viva a cocaína
Mataram alguém no Morro Azul
Ouvi os tiros
Dois
A queima roupa
Tuf. tuf.
Da janela do quarto, na cama onde linda morena dorme ao meu lado, vejo dois clarões.
Ouço dor
Sinto morte e medo
Procuro
Paranoica, mente.
Furos de bala em minha cabeça
Não tenho
Estou de frente pro morro, sentado na cama, digitando merdas em um laptop.
A imagem digitada faz bem pro texto
No meu outro lado, o prato com pó.
Dou mais um belengo
A morena não acorda
Bom
Não quero foder
Quero entender
Um desconhecido insignificante deve ter morrido
Eu com isso
Foda-se
Acabei de foder
Tô cheirando e digitando
Caguei pro Azul
Azul é o caralho
Eu gosto é de Branco
Vou dar outro teco
A morena está roncando
Mulheres ronronam, vai saber...
Mataram alguém
Fui chupado, eu como, assim.
Como assim?
Porra! Mataram alguém!!
Foi a polícia
O Bope
Pronto, agora sou politicamente correto.
A culpa é da polícia
Pessoas morrem
Não tô ferido
Maldita polícia
É tudo culpa do Estado
O cidadão é um fodido
Nossa, sou uma pessoa boa.
Vou dar outro teco
Polícia matando remete culpar ao Estado absorvendo a bosta toda, absolvendo assim o pensador da imagem.
É
Bendita polícia
PUTA PÁTRIA QUE ME PARIU
Não sou assim
Tia dizia-se médium, vai saber...
A múmia paralítica disse eu ser também
Por que procurei a bala em minha cabeça?
Não quero ser médium
Vou dar outro teco
Foi a cocaína que matou esse garoto
Assim falaria o Capitão Nascimento
Fascista infeliz
É, sou uma pessoa boa.
Vou meter a pica na boca da morena safada
Mataram alguém
Uns fodem
Outros morrem
E agora...
Foder é o cacete
Tão fodendo o Morro e eu querendo foder
Sou o próprio Filho do Dinheiro escarrado e cuspido
Fico justificando pra legitimar prazer
O mundo tá fodido
Eu pensando em foder
Foder de novo
Só tem mais um belengo
Vou ligar pro moto-táxi
Terá moto-táxi no Azul?
Mataram alguém no Morro Azul, eu pensando se lá tem moto-táxi pra trazer cocaína.
Eu matei
Matei porra nenhuma
Vai se foder, Capitão Nascimento.
Vou foder sim!!!
Como disse o gênio Rubem Fonseca
Tão me devendo buceta e todo o resto que viria ao caso agora
Vou dar último teco e acordar morena pros trabalhos orais
Não tenho culpa
Não sei sobre vocês
A verdade é que eu minto

Pablo Treuffar

MARIA




Estávamos sentados
Eu
Lia
José
O lugar
Bar Hipódromo
Baixo Gávea
Conversávamos bobagens
Bebíamos muito
Cheirávamos cocaína
Na mesa em frente
Sentado o tal do Fábio
Namorado da Maria
Não falo com Maria desde o fim de nossa história
Contei ao Fabio as barbaridades que fiz com Maria durante o romance dos dois
Deve ter três meses que não falo com Maria
Cheguei a vê-la uma vez
Ignorei
A vi tremendo de raiva
Querendo matar-me
Voltemos ao Hipódromo
Percebi Fábio observando-me algumas vezes
O fato dele não levantar e vir tirar satisfações comigo
Deixou-me tranquilo em relação a minha infantilidade
Ele ficou com ela depois de eu ter dito tais sevícias
Certamente, ela o convenceu que era mentira.
Homens acreditam em qualquer coisa, quando estão embucetados.
Sabemos só a verdade existencial da mulher dos outros
As nossas mentem sua essência
Não contei a ninguém o observar-me dele
Foda-se
Uma morena deliciosa entrou no bar
Cabelo negro liso
Costas nuas
Um rabo muito tesudo
Deliciosamente, caminhando em direção ao toalete.
Passou por mim
Olhou-me os olhos
Sorriu
Piscou
Nunca foi tão fácil
Mentira
Mulheres são fáceis
Levando-se em conta a maioria numérica das fêmeas no mundo
Fica óbvio o desespero delas por homens
Os homens estão virando viados
Elas descontroladas
Levantei da mesa
Fui atrás do rabo tesudo
Sempre vou atrás de rabos tesudos
Uma coisa mais gostosa na mulher que a própria mulher
É o rabo
Já namorei vários rabos
Levei os rabos pra jantar
Levei os rabos à praia
Levei os rabos ao cinema
Sempre gostei de levar minha vida de mãos dadas aos rabos deliciosos das fêmeas
Na porta do banheiro
Eu espero a saída da morena rabuda
Ao sair
Vendo-me esperando
Foi suficiente
Beijamos loucamente
Entre um beijo e outro
Sugeri a minha casa
Ela aceitou
Chegando lá, trepamos.
Seis vezes
Todas sem camisinha
É ilógico
Deve ser
Assim tem sido minha ativa vida sexual
Mulheres não estão nem aí para preservativos
Querem sentir a porra jorrando dentro
Mulheres são reservatórios de porra
Não sou eu que digo
Quem afirma isso em autobiografia publicada...
... É...
... A francesa e crítica de artes, Sra. Catherine Millet.
Bagatela à parte
Acordarmos pela manhã
Eu e a deliciosa morena
O rabo e eu
Trepamos
De novo
Duas vezes
Ela tomou banho
Foi embora sem eu saber nada
Nem mesmo precisei levá-la à porta
Adoro mulheres independentes
...
Dois dias passaram
Eu em casa sozinho à noite
Toca o telefone
Atendo

EU - Alô

ELA - Alô

EU - Quem tá falando?

ELA - Sou eu Maria, posso falar com você?

EU - Tá maluca, tá me ligando depois de tudo que falei pro corno do seu namorado.

ELA - Tudo bem com você?

EU - Você é barata mesmo

ELA - O Fábio falou que viu você no Baixo Gávea

EU - Pois é eu o vi e daí

ELA - Por que você não falou comigo outro dia?

EU - Depois do que eu fiz?

ELA - E daí, tô morrendo de saudades de você, te adoro.

EU - Porra, eu te vi tremendo naquele dia, achei que você queria me matar.

ELA - Eu te amo

EU - E o Fábio?

ELA - Esquece o Fábio, ninguém é homem como você.

EU - O que você quer?

ELA - Quero você, me fode hoje.

EU - Claro que não, já tivemos cinco anos de doença sentimental juntos, não quero.

ELA - Eu faço o que você quiser, pode-me sodomizar.

EU - Não quero

ELA - Por favor, eu pago o motel, preciso da sua pica.

EU – Nem vem

ELA - Me come amanhã, amanhã é meu aniversário, eu dou perdido no Fábio, olha a moral que tô te dando.

EU - Tá bom, só vou te comer e você paga o motel.

ELA - Obrigada, não vai se arrepender, te amo.

Dia seguinte
Encontramos um ao outro
Abraçamos
Dei os parabéns
Fomos ao motel
Transamos como condenados
Três longas vezes
Depois conversamos
Nossas vidas sem o outro
Maria disse amar-me
Eu diria
Amarrar-me
And...
... End...
Pediu pra voltar
Esvaindo em lágrimas falou ter que confessar coisa horrível

ELA - O Fábio falou que você tava com uma morena no Baixo Gávea

EU - Quem?

ELA - Uma morena

EU - Sou solteiro, você tem namorado, tá me cobrando o quê.

ELA - Eu mandei a morena pra você

EU - Você é maluca, sabia que era roubada te encontrar. Sempre da merda.

ELA - Eu estava com raiva de você, você me ignorou.

EU - Eu já disse, achei que você queria me matar.

ELA - Eu te amo

EU - Ama porra nenhuma, por que mandou uma mulher ficar comigo, você é louca...

ELA - Ela tem aids

EU - Você é doente...

ELA - Eu estava com muita raiva de você

EU - Não acredito

ELA - Por isso te liguei, por isso estou aqui, por isso transei com você sem camisinha, agora eu também tenho aids, estamos ligados pra sempre, quero sofrer com você, eu te amo.

FIM

Pablo Treuffar

PEDRO e a RUIVA




Baixo Gávea
Agito da noite
Aglomeração
Burburinho
Pessoas passando pra lá, pra cá.
Na rua
Pedro e Léu discutiam sobre fidelidade feminina
Uma RUIVA passou linda
Olhou Pedro, decisiva, falou.
- Está dizendo que eu sou feia
Com um leve sorriso no rosto, Pedro rebateu.
- Bonitinha. Nunca diria o contrário. Quem é você?
Pegou a mão dela
Ela esquivou dizendo
- Odeio bonitinha
Seguiu bufando na direção do banheiro do Bar Hipódromo
Pedro e Léu riram
Voltaram a conversar descrições da fidelidade feminina
Chope após chope
Outras mulheres vieram a Pedro
Pedro não comeu ninguém
Dia seguinte
Lá estava Pedro
Batendo seu ponto no Baixo Gávea
Mesma noite carioca
Mesmo Bar Hipódromo
Conversava chope adentro com amigos
Assunto
Vaidade feminina em relação à vulgaridade
Ou seja
Julgando a vida
Opondo a ela valores pretensamente superiores
Medindo-a por eles
Impondo limites
Condenando-a como diria Nietzsche
Conversando chope a chope
Pedro saiu para dar uma volta
Encostou-se a um carro na frente do bar
Espreguiçou-se
Bocejou
Alongou-se
Eis surgir novamente
Em sua frente
A RUIVA
Toda de preto
Uma saia justa
Gostosa
Foi direta
- Sabia que você é uma gracinha
Pedro devolveu o elogio
- Você também é uma gracinha
Com a bebezura de uma ninfeta embriagada
Auge dos dezessete aninhos
A RUIVA falou sensualmente com cheiro de leite
- Eu sei que eu sou bonita. Todo mundo quer me comer. Eu só dei pra dois.
Momento
Melhor acreditar ouvindo
Pedro entrou no jogo, um sonoro.
- Pôôôôôôôô!
A RUIVA instigando-o com diretas
- Você me excita
Sorriso safado no rosto de Pedro
- É. Bom. Você também me excita.
Puxou-a pela cintura, tentando beijá-la.
Ela vira cara, esquiva-se do beijo.
Sem o sorriso no rosto, Pedro puto, gritou.
- Porra! Não tô te entendendo.
A RUIVA, fitando os olhos e a boca de Pedro, sem sair de seu abraço, explicou.
- Eu tenho namorado
Depois de um dialogo tão surreal e interessante, Pedro insistiu.
- Vamos dar uma volta. Só conversar.
Embriagadamente, ela concorda com uma condição.
- Você bebe uma cachaça comigo?
Sorriso de volta ao rosto, sabendo ter ganhado, respondeu.
- Eu não bebo cachaça. Pago para vê-la bebendo.
A RUIVA o pegou pela mão
Passou pela aglomeração
Levou-o ao balcão
Pedro comprou a cachaça, dizendo.
- Vamos nessa!
Sem outras palavras
Subiram a Rua dos Oitis
A RUIVA na frente
Seguida de perto por Pedro, olhando a marca da pequena calcinha.
Direção, um canto distante.
A essa altura, Pedro não continha a vontade de amassá-la.
Paudurescência
Encostou-se a um carro da rua escura, não completamente deserta.
Passava às vezes um casal, ou outro grupo de pessoas caminhando para pegar seus carros.
Alheio a tudo isso, Pedro a puxou pela cintura novamente.
A RUIVA deixou
Beijaram-se
Amassaram-se a valer
Entre um beijo e outro, A RUIVA coloca seu copo no teto do carro.
Frases malucas
- Quantas você já comeu?
Pedro não acreditou estar ouvindo aquilo, respondeu rindo.
- Algumas. Que diferença faz. Vem cá. Vem.
Pronto
A pequena RUIVA não se continha
Aceitava toda a bolinação
Sussurrava palavras desconexas
- Você quer me comer? Quer meter a pica na minha bucetinha? Na minha boca? Quer? Quer?
Mãos enterradas na bunda da bela RUIVA
Pedro ansiosamente grita
- Quero sim. Quero muito.
A RUIVA não parava de falar absurdos
- Você sabe que é bom. Que é gostoso.
Pedro ainda com as mãos enterradas na bunda dela, esbravejou.
- Sei de nada. Você está dizendo.
A RUIVA insistia em falar frases fora de hora
- Aposto que as mulheres vivem dizendo isso pra você
Irritado, mas ainda com as mãos enterradas na bunda dela, Pedro foi decisivo.
- Para com isso menina. Porra. Vem cá. Vem!
Não adiantou
A bela menina continuou
- Eu nunca dei o cuzinho. Só dois comeram a minha bucetinha. Você tá me deixando tesuda. Me come aqui. Vai. Me come.
Encostados no carro
Meio da rua
Não fez diferença
Pedro a virou de costas
Bruscamente
Brutamente a empurrando contra o carro
Por trás, levantou sua saia.
Chegou a calcinha pro lado
De uma só vez
Penetrou a ali mesmo
Foi então
O pior
Na penetração
A menina desfaleceu, antes do fim do ato.
Pedro não bombeou nem cinco vezes na bucetinha apertada
Apavorado
Pegou-a nos braços
Botou a em cima do capô do carro que encostados segundos antes se amassavam
Pedro bateu em sua cara para acordá-la
Nada
Impulso
Pensou "Será que ela morreu?"
Muito nervoso botou a mão em seu peito
Não sentiu o coração
Nada
Estava Pedro ali parado
Apavorado com a possível morte da pequena
Não sabia por quê
Sentia-se responsável por aquela possível morte
Neste instante
Um carro em alta velocidade entra pela rua
Pedro jogou-se na frente do carro
Seu corpo morto foi projetado pra frente
Rolou, no meio da rua.
Com o barulho da freada
Impacto
Várias pessoas vieram correndo ver o acontecido
O motorista imóvel ao volante do carro amassado, cheio de sangue.
O corpo de Pedro, morto, todo quebrado, no chão.
Pessoas horrorizadas comentando
Um zunzunzum
No capo do outro carro, a aparente morta levantou-se, pegou sua cachaça no teto e saiu andando na direção contrária alheia a toda aquela confusão.

Pablo Treuffar

MINHOCAS GERERENCES




Imagine
BR – 116
Rodovia Presidente Dutra
A Via Dutra
Plantão de vinte e quatro horas
Três guaritas com sete pessoas cada
As guaritas são como os pedágios
Cabines de Fiscalização
Substituição Tributária
ICMS
Verificar Nota Fiscal de carga de caminhão
Conferir o destinatário
Ver se paga o devido imposto
Simplificando
CARIMBAR NOTA!

Das sete pessoas de cada cabine, quatro mulheres.
Três cabines
Doze mulheres por plantão
A cidade
Itatiaia
Em frente ao Parque Nacional
Às Agulhas Negras

Nesse misto de analfabetos existenciais em caminhões de fumaça enfileirados esperando a vez de passar com seus barulhentos infernais pelas cabines de Fiscalização, a vista do Parque Nacional é a salvação.
Visconde de Mauá
warum nicht
Depois de trabalhar no estilo Modern Times, de Charlie Chaplin, vinte quatro horas seguidas carimbando notas e respirando monóxido de carbono...

Vem...

O Paraíso!
Setenta e duas horas pra curtir o bem querer
Sim
Entre um plantão e outro
Tínhamos merecido três dias de descanso
Muitas vezes fui gozá-los em Visconde de Mauá

Dia
Maconha
Poção
Escorrega
Santa Clara

Noite
Maromba
Cerveja
Sinuca
Buceta

Eu e Marcelo éramos os únicos de fora da região
Dos vinte um plantonistas nas guaritas
Éramos os dois cariocas
Todo grau pejorativo
Cariocas Clássicos!

Rapidamente conheci Gererê
Gererê é uma cidade que margeia a Via Dutra
Cidade da região
Pra mim, Gererê é região!
Bem como
Resende
Volta Redonda
Penedo
Itatiaia
É óbvio!
Pra Sra. Geografia, solenemente, Gererê é corretamente e tão somente uma cidade da região.
Respeito a Sra. Geografia!
Enfim

Gererê! Uma praça! Duas ruas!

Em Gererê conheci Alessandra
Nesta vez, estávamos eu, Marcelo, Oiran e Henrique.
Bebíamos, jogando sinuca na birosca de uma das duas únicas ruas da cidade.
Marcelo e Oiran já eram habitués com Gererê e suas minhocas dadeiras
Falavam-me farras vívidas com promíscuas minhocas Gererences
Chegaram Carol e Lúcia
Minhocas peguetes de Marcelo e Oiran
Henrique e eu dávamos nossas tacadas
Eu acreditando em ter ido pra Mauá
Nossa Amesterdan das montanhas
Ideia muito melhor
Sobre Gererê pensava oposto
Cidade o mais provinciana possível
Moralismo exacerbado
Castu
Beatas e crentes
Mulheres com cabelos esticados para trás
Vestidas de longos rendados
Bíblias de ternos beges

Fui fumar um baseado na praça

Ao voltar à birosca, deparei com uma morena de vestido marrom.
Deliciosa!
Bunda de marquinha ínfima, desenhada no pano do vestido.
Um generoso par de seios servido à meia-taça
Passei a frente dela e disse: - Você não vai a lugar nenhum!
Minha sorte
Carol e Lúcia vieram na cobertura
Carol convidou sua conhecida morena a se apresentar
Alessandra!
Nome de linda morena
Pensei
O nome da bunda
Alessandra vinha do colégio, disse não poder ficar por causa do horário, chegando a casa depois das dez da noite, apanhava do pai.
Era melhor ter ido pra Mauá!
Alessandra olhando-me os olhos com cara de crente lasciva e voz tremulamente nervosa, diz de supetão: - Vou esperar todos dormirem lá em casa, pulo a janela, e venho te encontrar.
Pensei
Trêmula, mente!
Essa não volta mais
Entre beijos e sagradas sarradas em Carol, Marcelo dava suas tacadas.
Lúcia com Oiran não eram diferentes
Henrique, o mais bêbado.

Mesmo eu, sabendo não ser provável a volta de bela morena, não tirava meu olhar do relógio.
Vai saber...

Era uma e trinta da madrugada, em Gererê, quando Alessandra surgiu na porta da birosca com o mesmo vestido marrom. Muito gostosa!
Não quis entrar, com certeza conhecia o dono da birosca, o Seu Manel.
A essa altura, eu já conhecia o Seu Manel.
Ele, o meu dinheiro.
Alessandra falou-me: - Vamos embora daqui, eu tenho de voltar logo pra casa.
Pedi o carro pro Henrique, atônito jogou as chaves pra mim.
Entramos no carro e partimos

Seguimos por uma estrada de terra, na qual ela me direcionava por entre os bem abastados pastos burgueses.
Bendita Sra. Geografia!
Parei o carro no meio do nada
Saímos
Nada mais
Iluminados pela lua cheia
Beijamos
Ela foi botando meu pau pra fora
Chupou ávida por minha porra
Rapidamente gozei em sua boca sedenta
Ela engoliu e levantou
Meu pau não abaixou
Passei a mão em seu rabo
Ela perguntou-me: - E no cu não vai?
A virei contra o carro
Levantei a parte de baixo do vestido
Cheguei a calcinha pro lado
Meti em seu cu
Ela gritava
Rebolava
Obscena
Com poucas estocadas enchi-lhe o cu de porra
Ela se ajeitou dizendo: - Me leve daqui.
No carro, ela apontava o caminho a seguir.
Perto do nada mandou parar
Parei!
Ela me deu um beijo na boca e me disse: - Daqui eu vou andando, não quero que meu pai acorde.
Saiu do carro e andando em direção a lugar nenhum, sumiu.

Voltei pra birosca feliz da vida por ter comido tão maravilhoso cu
Chegando lá, Marcelo, Carol, Oiran, Lúcia e Henrique me esperavam sentados na calçada.
Birosca fechada
Dormimos na casa do tio da Carol, ele estava viajando e ela nos alojou lá.
Lúcia e Carol foram andando pra casa depois de misturarem suas libidos com as de Oiran e Marcelo, no mesmo quarto.
Será que fizeram um troca-troca?
Não importa
Henrique quis saber da minha aventura: - Caralho, a mulher que você pegou era sensacional!
Marcelo e Oiran berravam do quarto
Oiran: - Vai se foder seu sortudo filho de uma puta!
Marcelo: - A mulher mais gostosa da região com certeza!
Conta aí, eles pediam.
Falei: - Comi o cu, só digo isso, gozei no cuzinho dela. Delícia de rabo.
Um a um eles me invejaram
Fomos dormir, eu com ar de Deus, eles imaginando minha Deusa anal.

Dia seguinte
Dia de Plantão Fiscal
Acordei com os três me olhando
Marcelo dizia: - Cara, deu merda, o pai dela descobriu e enfiou a porrada nela.
Virei pro lado tentando voltar a dormir
Henrique falou: - Cara, é serio, fui comprar pão e a encontrei toda roxa, ela tava chorando.
Sentei na cama rindo: - Vocês acham que vou acreditar nessa historia tola, fala sério, vocês a ouviram falando ontem sobre a fuga e ficam querendo me assustar. Inveja é uma merda! Vou tomar banho pra irmos trabalhar.
Tocou a campainha
Oiran foi abrir a porta
Entra a Carol, olhando pra mim e bufando: - O pai da Alessandra bateu nela, ele tá vindo pra cá com uma peixeira, tá dizendo que vai matar o loirinho que deflorou a filha dele.
Depois de ouvir essas palavras da boca de Carol, acreditei!
Toca a campainha
De novo
Incessantemente
Oiran vai ver quem é
Volta cuspindo palavras: - É ele, só pode ser ele, um negro com uma peixeira na porta. É claro que é o pai da Alessandra.
Acreditando piamente no circo armado, peço ajuda: - E agora o que eu faço?
Oiran - Eu vou lá dizer que você já foi embora.
Marcelo - Cara, entra na mala do carro e vamos embora daqui.
Henrique - Eu vou encostar o carro perto da porta da cozinha e você entra na mala.
Pensei: “Na mala, não entro de jeito nenhum!”
Entrei!!!

Dentro da mala vejo, a tampa descendo em minha direção, ocultando toda luz.
Escuridão!
Escuto as vozes sem saber ao certo de quem são
Escuto as portas do carro batendo
Escuto o motor
O carro começa a andar
Fico sacudindo na mala
Pânico!
Começo a gritar
Claustrofobia!
Começo a bater na tampa da mala
Grito: - Eu encaro o cara, eu encaro. Tirem-me daqui, por favor, agora!
Nada!
O carro continua sacolejando
Começo a suar frio
O tempo passa
Muito tempo
Começo a chutar o fundo do carro, o banco de traz.
Meus amigos não param
Fico fora de mim
Apavorado!
O carro para
O motor desliga
Escuto risadas
A tampa abre
Um flash
Vejo Henrique com uma máquina fotográfica na mão
Eu, dentro da mala.
Muitas pessoas me olhando
Rindo
Pessoas do meu Plantão Fiscal
Meu trabalho!
Marcelo e Oiran riem adoidados
Entendo
Saio da mala
Puto!
Mando todos tomarem no cu
Saio andando pra bem longe
Continuo ouvindo gargalhada
É!
Pegaram-me direitinho
Caí como um patinho
Tudo bem
Tudo bem porra nenhuma!
Hoje... Tudo bem... Pode ser...
No dia, demorei a digerir.
Agora beleza
São todos meus amigos
Grandes amigos
Afinal de contas
Se você sobreviver aos seus amigos, sobreviverá a tudo.

Pablo Treuffar